Os empresários chineses que vão investir no domínio da produção de energia de biomassa na Guiné-Bissau, estiveram reunidos, no passado sábado, em Jugudul com a população daquela zona para confirmarem a possibilidade da obtenção da terra para a lavoura de cereais.
À semelhança da povoação de Gã-Mamudu, os populares da área administrativa de Jugudul confirmaram a delegação chefiada por Li Xugung que existem muitas bolanhas na zona e para o bem do projeto estão dispostos a cede-las para o funcionamento da central de biomassa que será instalada na aldeia de Jugudul.
A reunião que contou com muitos populares, vindos de diferentes aldeias e que fazem parte da secção de Jugudul, foi presidida pela administradora do Setor de Mansoa, Sábado Sanca, e decorreu na presença dos empresários Xu Shaoqi, Chen Jie e Huang Guang Lang, assim como do representante especial da empresa na Guiné-Bissau e dos seus colaboradores, nomeadamente Filipe Manuel Monteiro, Carlos da Silva e Dionísio Cumba.
Na ocasião, Dionísio Cumba, disse a população de Jugudul, onde ele é nativo, de que o projeto dos empresários chineses não é só da República Popular da China, mas também da Guiné-Bissau, porque vai dar emprego para a juventude e melhorar as condições de funcionamento das escolas e centros de saúde daquela zona.
Por seu turno, a administradora do Setor lançou um apelo à população no sentido de esta apoiar o projeto que se encontra em fase de preparação para o arranque: “Temos muitas bolanhas. Em vez de elas ficarem aqui sem que tenham sido lavradas, vamos concertar entre nós, na base da unidade e harmonia e cedê-las ao projeto que precisa de trabalhá-las para produzir cereais para a central de biomassa a se instalar em Jugudul”, disse a Sábado Sanca para de seguida repisar: “dez mil hectares de terreno é um espaço muito grande. Pensemos nisso”
Os representantes da população que intervieram no encontro confessaram a sua vontade em ceder o terreno necessário para a “Companhia de Desenvolvimento de Tecnologias Sino-Guineenses, SARL”, esperançados em ter o emprego.
“O projeto era para Jugudul, agora é para toda a Guiné-Bissau. Mas vamos ser os seus defensores intransigentes. Nós já demos o terreno, agora está no vosso lado. Se a empresa quiser, que venha trabalhar”, disse Sumba Cutché, comité da povoação de Jugudul.
Entretanto, Li Xugung, presidente da Companhia de Desenvolvimento de Tecnologias Sino-Guineenses, SARL disse, em curtas palavras, que agora a sua delegação volta para a China, mas dentro em breve regressa para a Guiné-Bissau com o objetivo de proceder ao levantamento exato da superfície cedida. [Assisttência dos populares de Jugudul na reunião com a delegação chinesa]
A Guiné-Bissau, com 42 anos de independência, até agora tem tido enormes dificuldades no fornecimento da energia elétrica às populações, estando a utilizar geradores que dependem da importação do gasóleo. O fornecimento da energia elétrica está em nível muito baixo, não se podendo mesmo garantir corrente elétrica para o funcionamento regular das instituições públicas. Com essa falta de energia elétrica, quase todas as produções são rudimentares e o desenvolvimento das indústrias tornou-se inexistente.
Neste contexto, a produção de energia de biomassa é salutar e urgente, ainda bem que a Companhia de Desenvolvimento de Tecnologias Sino-Guineense, SARL é parceiro da empresa chinesa Shandong Qingneng Power Co, Ltd , fabricante, na República Popular da China, de turbinas a vapor de alta velocidade e alta eficiência, geradores, painéis elétricos e aparelhagens, peças sobressalentes, entre outros.