O posicionamento foi apresentado nesta sexta-feira, pelo Presidente da República, João Lourenço, que reconheceu haver alguns cidadãos que tiveram acesso às centralidades sem reunir o mínimo de condições para honrar o compromisso com o Estado.
Dados recentes avançados pelo porta-voz da Imogestin, Mário Guerra, indicam que cerca de 64 por cento dos moradores de todas as centralidades geridas pela empresa não cumprem com o pagamento das prestações mensais.
Segundo o Chefe de Estado, que falava em entrevista colectiva, vários cidadãos ocuparam apartamentos ou casas ilegalmente, outros subalugaram e muitos apoderaram-se mediante processos fraudulentos, mas é preciso ponderação na resolução dos casos.
Informou que as "autoridades competentes já expulsaram algumas dessas pessoas dos apartamentos ocupados ilegalmente", mas outras medidas ainda vêm sendo tomadas.
De acordo com o Presidente, as medidas até agora tomadas, desde que o assunto ganhou contornos em 2012, talvez sejam ainda insuficientes, pelo que considerou necessário continuar a corrigir, particularmente no quadro da Operação Resgate.
Ainda na esfera social, João Lourenço reconheceu que a qualidade dos serviços dos hospitais do país ainda é má, embora se registem melhorias.
A seu ver, já não há tanta escassez de medicamentos, sobretudo nas unidades hospitalares de Luanda, onde o quadro "alterou para melhor nos últimos seis meses".
O Chefe de Estado angolano refutou insinuações de que os cidadãos angolanos tratados no exterior sejam apenas dirigentes, essencialmente ligados ao MPLA, tendo sublinhado que já várias vezes foi assistido em unidades hospitalares do país.
A esse respeito, é seu entendimento que o ideal para Angola seria investir os recursos gastos com junta médica na melhoria dos hospitais locais.
Disse que tem havido um reforço de investimentos e da dotação orçamental para o sector da saúde, que contempla para 2019 uma cifra de 6.3 por cento, o dobro da dotação contida no Orçamento Geral do Estado de 2018 (3.6 por cento).
João Lourenço afirmou que há ainda muito trabalho a fazer para melhorar o sistema de saúde e de educação, sublinhando que o actual quadro é mau, mas tende a melhorar.
No domínio religioso, o Presidente da República reafirmou que Angola é um Estado laico e nenhum cidadão que professa o Islão é condenado por ler o Alcorão.