Mulheres combatem desnutrição em crianças com produtos locais (Moçambique) | Land Portal

Um grupo de mulheres está a combater a desnutrição em crianças, a maioria órfãs da HIV/SIDA, com papas enriquecidas, feitas com base em produtos locais, nas zonas Sul, Centro e Norte do país.


 


Trata-se de mulheres da Matola, Boane, Namaacha, Moamba e Marracuene, no Sul do país; Xai-Xai, Chibuto, Bilene, Chókwè, Guijá, e Manjacaze, em Gaza; Massinga, Inhassoro, Vilanculos, e Govuro, em Inhambane; Barue, Gondola, Guro, Sussundenga e Mossurize, em Manica; Muecate, Erati, Memba, Mossuril e Ribaue, em Manica.


“As condições sociais de muitas crianças são deploráveis, o que as coloca numa situação vulnerável à desnutrição, aliado também a falta de conhecimentos de boas práticas alimentares, daí o projeto para as ajudar” disse Joaquim Oliveira, responsável pelo projecto que vem salvando e transformando vidas nas comunidades.


As mulheres das regiões acima citadas organizam-se em grupos, e com o conhecimento que adquirem através de especialistas da FDC, e ensinam outras mulheres a apostarem no valor nutricional e medicinal das hortícolas, frutas e tubérculos, bem como a introdução de técnicas de processamento e promoção do seu consumo.


Durante as oficinas de nutrição, as mulheres fazem triagem nutricional, tratamento para prevenção e controlo da má-nutrição, palestras nutricionais, além da demonstração de culinária para melhoria da dieta alimentar das crianças da região.


As papas de farinha de milho, por exemplo, são enriquecidas com amendoim, feijão, gergelim, soja e folha de mandioca, secada na sombra, para “travar a desnutrição”, que actualmente é a principal causa de morte em crianças menores de 5 anos em Moçambique.


“Ao invés de dar feijão, farinha de milho e outros produtos para confecionar, o projecto, que é implementado pela FDC e financiado pela UNICF, capacita mulheres para capacitarem outras mulheres a fazerem papas enriquecidas que são mais nutritivas”, explica Zélia Menete, Directora Executiva da FDC.


O programa, segundo as próprias beneficiárias, tem estado a melhorar a saúde de muitas crianças desnutridas, agravada por carência de diversificação de alimentos, que geralmente chegam a ganhar mais peso, quando iniciam a terapia de reabilitação através de papas ou doutras técnicas de processamento.


Um relatório de 2013 da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostra que o número anual de mortes de menores de cinco anos “caiu” de uma estimativa de 12,6 milhões, em 1990, para cerca de 6,6 milhões, em 2012. Ao longo dos últimos 22 anos, o mundo salvou cerca de noventa milhões de vidas que poderiam ter sido perdidas.


O Relatório “Progresso sobre Compromisso com a Sobrevivência Infantil: Uma Promessa Renovada” destaca os esforços nacionais e globais para salvar a vida de menores de cinco anos, baseadas em evidências, como aumento de acesso a redes mosquiteiras, vacinas, amamentação adequada, tratamento com reidratação para a diarreia, alimentos terapêuticos e suplementos nutricionais.


Nos últimos sete anos, avança o relatório, a África Oriental e Austral, de que faz parte Moçambique, tem estado entre as regiões com melhor desempenho no mundo, reduzindo a mortalidade infantil a uma taxa anual de 5,3 por cento entre 2005-2012.


Dados do Instituto Nacional de Saúde e da Associação para Nutrição e Segurança Alimentar (ANSA), de 2008, indicam que uma média de 33.9% das crianças moçambicanas padece de desnutrição crónica, existindo províncias com cifras de desnutrição que vão até mais de 50%, neste grupo populacional.


Actualmente, a situação tende a piorar. O último estudo de base feito em 2013 revela que 43% de crianças de 0-5 sofrem de desnutrição crónica, representando uma regressão desde de 2008. O próximo estudo de base está previsto para 2018, que pode trazer mais surpresas.


” Ele melhorou muito. Estava muito frágil e com sinais claros de malnutrição. Agora sai a gatinhar e a mostrar sinais de vida saúdavel”, disse Rute Alfandega, mãe de Stélio de apenas três anos.


“O controlo das crianças é bom, os resultados chegam a espantar-nos. Mensalmente, assistimos a mudanças incríveis nas crianças, com aumento de peso e da massa do corpo “, afirmou Clara Matsinhe, chefe da oficina de nutrição da Matola.


O Ministério da Saúde (MISAU) e parceiros almejam reduzir, até 2020, a prevalência da desnutrição crónica em Moçambique para 20 por cento, através da implementação de várias medidas preventivas dentro dos diversos sectores de desenvolvimento.


Para o efeito, já foi oficialmente lançada, em Maputo, a Estratégia de Comunicação para a Mudança Social e de Comportamento para a Prevenção da Desnutrição, que proporciona uma base comum que orienta a implementação harmonizada de programas com vista a prevenir a desnutrição.


O público-alvo da estratégia, que está em consonância com o Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica em Moçambique (PAMRDC), consiste nas mulheres em idade reprodutiva, incluindo mulheres grávidas e lactantes, as crianças de dois anos de idade.


Os dados resultantes do Inquérito Demográfico de Saúde (IDS) de 2011, relactivos a questão da desnutrição crónica, estimam também em 43 por cento a sua prevalência em crianças menores de cinco anos de idade, enfermidade que está estreitamente correlacionada ao estado nutricional das respectivas mães.


No sentido de reverter o cenário actual, O sector vai, dentre as várias prioridades identificadas, intensificar as acções em intervenções consideradas prioritárias, que vão desde o alienamento materno, alimentação da mulher grávida, promoção do sal iodado, bem como a suplementação com a vitamina A, onde se espera lograr alguns resultados encorajadores.

Copyright © Source (mentionné ci-dessus). Tous droits réservés. Le Land Portal distribue des contenus sans la permission du propriétaire du copyright sur la base de la doctrine "usage loyal" du droit d'auteur, ce qui signifie que nous affichons des articles de presse pour des fins d'information non commerciales. Si vous êtes le propriétaire de l'article ou d'un rapport et que vous souhaitez qu'il soit retiré, s'il vous plaît nous contacter à hello@landportal.info et nous le supprimerons immédiatement.

Divers articles de presse liés à la gouvernance foncière sont publiés sur le Land Portal chaque jour par ses utilisateurs, à partir de diverses sources, telles que les agences de presse et d'autres institutions et individus, ce qui représente une diversité de positions sur tous les sujets. Le droit est à la source de l'article; la Land Portal Foundation n'a pas le droit de modifier ou de corriger l'article, ni d'endosser son contenu. Pour apporter des corrections ou demander la permission de republier ou toute autre utilisation de ce contenu, merci de contacter le titulaire du droit d'auteur.

Partagez cette page