Autor:Africa21
Fonte: Africa21
Os setores da energia e agricultura, com taxas de 60,6 porcento e 5,9 porcento, respectivamente, serão, fora do setor petrolífero, os motores do crescimento económico de Angola em 4,9 porcento no próximo ano, de acordo com a proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018.
Esta projeção de crescimento constitui um bom indicador para o país, depois da quase recessão (0,1 porcento) de 2016 e do crescimento 1,1 porcento deste ano que está prestes a findar, resultantes da crise económica iniciada em finais de 2014, com a queda do preço do petróleo no mercado internacional.
No global, em 2018, o sector não petrolífero crescerá 4,4 porcento, suportado também pelo desempenho dos sectores da indústria transformadora com 1,8,%, serviços mercantis com 4,3 porcento, construção com 3,1 porcento e extracção de diamantes, minerais metálicos e não metálicos com 4,4%.
Em 2017, o crescimento para o sector petrolífero situou-se (-4,6%) e o sector não petrolífero 1,9%. O crescimento do sector não petrolífero foi determinado pelo desempenho dos sectores da energia (40,2%), agricultura (4,4%), construção (2,2%) e indústria transformadora (0,7%), serviços mercantis (1,3%).
Longe do cenário de 2017, para 2018, o PIB petrolífero apresenta previsões de crescimento de 6,1 porcento, impulsionado pela entrada em serviço de novos campos petrolíferos.
Para este período, a produção média estimada no OGE está situada em um milhão e 698 mil barris/dia, com preço médio ponderado de 50 dólares o barril.
O desempenho do sector eléctrico em 2018, com a taxa prevista de 60,6 porcento, resultará da evolução física dos projectos estruturantes, que permitirá a entrada em operação das turbinas a vapor da Central do Ciclo Combinado do Soyo e do Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, com duas turbinas (2×330 MW).
No sector agrícola, o crescimento de 5,9 porcento resultará da na forte aposta nas principais fileiras (cereais, leguminosas e oleaginosas, raízes e tubérculos, carne, café, palmar e mel) que, em grande parte, estão directamente ligadas à dieta alimentar das populações do País.
Além do dinamismo no ramo da agricultura empresarial, com o surgimento de novas explorações e fazendas de média e larga escala, o sector prevê potenciar a agricultura familiar, através do desenvolvimento dos projectos MOSAP II, financiado pelo Banco Mundial, e o SOMAP, financiado pelo FIDA, que será implementado nas províncias do Cuanza Sul, Huíla e Benguela.
Além destes projectos, está prevista a implementação do projecto de resiliência e recuperação dos agricultores das províncias do Cunene e da Huíla, vítimas da estiagem.
Em relação ao sector da indústria transformadora o seu crescimento de 1,8 porcento será o reflexo da entrada em funcionamento de 18 novas unidades fabris, durante o ano de 2017.
Também o dinamismo esperado no sector da agricultura e a retoma da disponibilidade de divisas para importação de matérias- primas, acessórios e sobressalentes, novos equipamentos, no limite das necessidades do sector, poderão contribuir para melhoria do desempenho do sector industrial.
Na indústria extractiva, o crescimento de 4,4 porcento, segundo os indicadores da proposta do OGE, será resultado da entrada em exploração de diamantes na mina do Luaxe, a exploração de ferro gusa e pelo aumento da exploração de rochas ornamentais.
Com défice fiscal de 2,9 porcento do PIB, o quinto consecutivo, depois de 5,3% de 2017, 7% de 2106, 3,3% de 2015 e 6,6% de 2014, o Orçamento Geral do Estado para 2018 contempla receitas e despesas avaliadas em 9,6 triliões de kwanzas.
De acordo com as projecções do OGE/2018, a inflação esperada é de 28,70 porcento, contra os 22,9 porcento deste ano (2017).