Ocupação ilegal
Passados cerca de sete anos desde a inauguração da centralidade, quase três mil habitações continuam desocupadas.
A morosidade na cedência destes apartamentos terá motivado centenas de famílias a ocupar de forma ilegal alguns edifícios centralidade do Capari. A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), por meio do seu secretário provincial, Armando Ndengue Mbuale, condena tal prática, mas pede celeridade ao Governo.
Mbuale esperava que o processo de cedência de casas fosse um pouco mais célere, mas esta, na sua opinião, está a levar muito tempo. “Diante de pessoas desoladas, pessoas sem casa, pessoas a passar mal, apanhar chuvas e tudo, e ao lado, casas ali, que custaram muito dinheiro aos cofres do Estado. Esse dinheiro investido ali é dos cidadãos”, lamenta.
Em nota enviada à DW, o director Nacional de Gestão Fundiária e Habitação do Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território, Adérito Carlos Mohamed, avançou que o atraso na entrega dos apartamentos tem a ver com a “inexistência de infra-estruturas externas”, como vias de acesso, estação de tratamento de águas residuais, subestações elétricas, entre outros itens.

Estado de conservação na área dos apartamentos é precária
(DR)
Problemas de comunicação?
Por falta de informação oficial, nos últimos dias, os populares da província do Bengo levantaram a hipótese de que o Governo estaria a guardar os apartamentos para o período eleitoral. O politólogo Malunda Ntchima entende que o Governo angolano continua a comunicar mal.
“Tudo indica que esteja a esperar um momento para depois começar em massa essa chuva de maravilhas, o que é bastante negativo. Porque há projetos que devem ser disponibilizados, precisamente, para resolver os problemas do povo e não muito para colher objetivos políticos”, analisa Ntchima.
Em resposta a estes comentários, o Governo por meio do Ministério de Tutela reagiu dizendo que “o Estado não tem necessidade de fazer aproveitamento eleitoral com as restantes moradias e, se assim fosse, não se procederia a inauguração e comercialização de centralidades” em outras províncias, como: Zango 5 em Luanda, Faustino Muteka no Huambo, Quilemba, na Huila, Andulo no Bié.
Segundo Governo angolano escreve no comunicado, prevê retomar a comercialização das moradias da centralidade do Capari até março do presente ano, o dossiê das vendas de apartamentos neste projeto poderá estar concluído até ao fim do presente ano.