Foto: Phil Dolby/Flickr
Pelo menos quatro pessoas morreram nesta terça-feira, 29 de dezembro e várias ficaram feridas, em Nhoma, no centro da Guiné-Bissau, na sequência de confrontos pela posse de "bolanhas" em campos de cultivo do arroz. O Governo está neste momento em peso nas localidades onde ocorreram os confrontos.
Há muito que se sabe que as comunidades de Yunkun e Thun, em Nhoma, no centro da Guiné-Bissau não se entendem.
Nhoma é uma localidade situada a 25 quilómetros de Bissau e a causa dos desentendimentos tem sido a posse de bolanhas, porções de terra em campos de cultivo do arroz.
Na terça-feira, 29 de dezembro, os camponeses das duas comunidades envolveram-se em confrontos violentos, provocando a intervenção das forças da ordem e posteriormente o reforço do batalhão das Forças Armadas em Cumeré, o que resultou em pelo menos quatro mortos, várias feridos, alguns em estado grave, muitos camponeses das duas comunidades foram detidos e transferidos para as celas da segunda Esquadra em Bissau.
O secretário de Estado da Ordem Pública na Guiné-Bissau, Mário Fambé lamenta as mortes, mas também condena o comportamento dos líderes tradicionais das duas comunidades, lembrando que em setembro passado, ele mesmo propôs que se aguardasse por uma solução definitiva ao diferendo.
O Governo estava entretanto a analisar a melhor forma de acabar com um conflito que dura há muitos anos.
Vários membros do Governo deslocaram-se ao local para tentar serenar os ânimos e a polícia montou nas duas comunidades um forte dispositivo de segurança.
O Governo está a estudar medidas duras para responsabilizar os autores materiais e morais dos confrontos.
A lei da terra existe formalmente desde 2019 e determina que o Estado é o único detentor das terras na Guiné-Bissau, mas a posse de terra e de bolanhas tem sido o motivo principal de conflitos entre camponeses de várias comunidades um pouco por toda a parte na Guiné-Bissau.