Lutas pelo comum e repertórios ecologistas: Experiências a partir do México, Brasil, Portugal e Espanha | Land Portal
 
27 de novembro de 2020, 15h00 (GMT)
 
Evento em formato digital
 
Moderação: Lúcia Fernandes (CES)
 
 
Enquadramento
 
Este seminário visa problematizar diferentes experiências de resistência que mobilizam a linguagem dos comuns, principalmente quando organizadas igualmente em torno de reportórios ecologistas, explorando o potencial das suas conceções e práticas a duas vozes, isto é, por um lado, analisando as suas possibilidades de romper com a lógica totalizante do capitalismo, e por outro discorrendo sobre os seus limites e armadilhas. Tomar-se-ão experiências desde a América Latina (México e Brasil) e da Península Ibérica (Portugal e Espanha).
 
O seminário começa com a intervenção de Sergio Tapia sobre “Lutar desde, contra e mais-além do Direito: A experiência do CIG no México.” O Conselho Indígena de Governo (CIG) é uma proposta inovadora, formulada desde o Congresso Nacional Indígena (CNI), para romper o cerco armado (militar e delinquencial), informativo e, inclusive, em muitos lugares, físico, em que os poderes fáticos e institucionais mantêm as comunidades, povos e bairros indígenas no México. Representando uma procura diferente pelo comum, com uma compreensão alternativa sobre aquilo que se entende sob a visão ocidental moderna como o “ambiente”, o CIG decidiu caminhar de maneira conjunta através de uma saída institucional concreta de participação política.
 
Seguidamente Marcela Uchôa apresentará “A Dialética do Trabalho no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): Educação e formação política emancipadora da/para classe trabalhadora.” Em 2005, foi inaugurada a Escola Nacional Florestan Fernandes. Construída e mantida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, com apoio de outros movimentos, a escola se tornou referência internacional por unir a prática com a teoria política. Ao longo do ano, militantes, dirigentes e quadros de organizações populares que lutam pela construção de mudanças sociais estudam teoria política nacional e internacional com foco em diversos temas como: questão agrária, marxismo, feminismo, entre outros.
 
Por sua vez, Mónica Soares fará a apresentação “Um duplo sujeito político? Tensões entre a forma-autonomia e o projeto do comum.” Partindo da experiência de dados do projeto “Imagining and crafting for worlds ahead” e reconhecendo uma tensão entre forma e conteúdo em várias propostas comunizantes, esta apresentação defende que o sujeito político que comuniza não pode ser tomado abstratamente. A porosidade do imaginário e da agenda política da direita, que historicamente sempre encontrou um respaldo em experiências comunitárias autonomistas, é uma preocupação cada mais imediata. Em tempos de revanche da extrema-direita, busca-se refletir sobre pontos-chave em como pensar a construção de comuns sob a forma-autonomia que prioriza um projeto político de esquerda e a problemática da cooptação.
 
 
Intervenções
 
Sergio Tapia é Doutorando  do Programa Doutoral "Direitos Humanos em Sociedades Contemporâneas" (Instituto de Investigação Interdisciplinar, CES, Universidade de Coimbra).
 
Marcela Uchôa é doutoranda em Filosofia Política na Universidade de Coimbra, investigadora no Instituto de Estudos Filósóficos (IFF, UC).
 
Mónica Soares é doutoranda do Programa em Direitos Humanos em Sociedades Contemporâneas (Instituto de Investigação Interdisciplinar, CES, Universidade de Coimbra).
 
Aida Fernandes, Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso
 
 
Atividade no âmbito da Oficina de Ecologia e Sociedade (ECOSOC)
 
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Esta atividade realiza-se através da plataforma Zoom, sem inscrição obrigatória. No entanto, está limitada ao número de vagas disponíveis.
ID da reunião: 835 9418 7843
Senha de acesso: 703475
 
Agradecemos que todas/os as/os participantes mantenham o microfone silenciado até ao momento do debate. A/O anfitriã/ão da sessão reserva-se o direito de expulsão da/o participante que não respeite as normas da sala.
 
As atividades abertas dinamizadas em formato digital, como esta, não conferem declaração de participação uma vez que tal documento apenas será facultado em eventos que prevejam registo prévio e acesso controlado.

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