Sociedade civil insta Portucel a usar terras não produtivas em projeto florestal em Moçambique | Land Portal
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Fonte: https://www.dn.pt/lusa/interior/sociedade-civil-insta-portucel-a-usar-te...

 

Organizações da sociedade civil defenderam hoje em Maputo que a Portucel deve privilegiar o desenvolvimento do seu projeto florestal em Moçambique em áreas não produtivas para a agricultura, como forma de evitar conflitos com as comunidades.

O projeto da Portucel em Moçambique foi hoje tema de debate durante o lançamento do Conselho Consultivo da Portucel (CCP), uma plataforma que junta a empresa, organizações da sociedade civil e entidades governamentais.

A CCP foi instituída em 2015 para a monitorar do projeto de plantação de eucaliptos da Portucel em oito distritos das províncias da Zambézia e Manica, centro de Moçambique.

As árvores vão alimentar uma fábrica de pasta de papel no país e servir também para produzir energias renováveis.

A sociedade civil pretende que "as terras de cultivo, pelo menos as produtivas, sejam realmente garantidas" para estarem ao serviço da população, disse à Lusa Aboobakar Covela, diretor-executivo da Action Aid, organização não-governamental internacional, à margem do lançamento do CCP.

Aboobakar Covela declarou que há dúvidas sobre o respeito dos direitos das comunidades em algumas áreas dos 356 mil hectares atribuídos pelo Governo moçambicano à Portucel.

"Há zonas de penumbra, que são potencialmente conflituosas", acrescentou o diretor-executivo da Action Aid.

Covela acrescentou que as visitas feitas por representantes do CCP mostraram que a Portucel deve melhorar a comunicação como forma de se ultrapassarem eventuais equívocos.

"Algumas comunidades não tinham informação sobre a entrada da empresa e quando a viram ficaram assustadas" ao ponto de algumas ações terem que parar, assinalou.

Houve mesmo algumas "que pensaram que tinham de sair do local onde estão para ir viver noutro sítio, porque aquelas terras iriam ser ocupadas", devido à falta de informação, frisou.

O projeto de florestamento da Portucel segue um modelo de mosaico, que preconiza o cultivo de eucaliptos nas mesmas áreas de plantação de culturas alimentares e a preservação de floresta nativa, explicou o diretor-executivo da Action Aid.

A Portucel, presente no encontro de hoje, comprometeu-se em apostar no diálogo e entendimento com a população.

"Temos que garantir a conjugação dos interesses sociais, ambientais e os usos agrícolas das comunidades, mas tendo sempre presente que não há desenvolvimento sem investimento", afirmou João Lé, diretor-executivo da Portucel em Moçambique.

O viveiro que a Portucel está a implantar em Moçambique foi inaugurado em setembro de 2015 e será o maior em África, com capacidade de produção anual de 12 milhões de árvores, para abastecer o seu megaprojeto florestal nas províncias da Zambézia e de Manica.

Está prevista a construção de uma fábrica, em 2023, para processamento de pasta de papel, num investimento em 2,1 mil milhões de euros, um dos maiores além da indústria extrativa moçambicana, prevendo-se a criação de sete mil postos de trabalho

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