A FAO está a recorrer à rede de 600 escolas, que abrangem mais de 18.000 camponeses em seis províncias do país, para transmitir as mensagens de prevenção da covid-19, garantindo em simultâneo a proteção dos camponeses e a produção de alimentos.
"À medida que o cenário se agravar, a FAO estará atenta para desenhar novas estratégias, para garantir que o trabalho não para no terreno" disse à Lusa, Roide Torres, coordenador da FAO no corredor da Beira.
O responsável assegura que a organização está a trabalhar na sensibilização dos camponeses para que "a produção não pare nos campos" devido à Covid-19 e por forma a que a pandemia não seja uma ameaça à produção alimentar no seio das comunidades rurais - observando as medidas de higiene.
Para a sensibilização, a FAO elaborou material como cartazes e um guião para as escolas na machamba do camponês e seus parceiros, que contemplam as recomendações de práticas preventivas.
Vários camponeses, sem capacidade de aquisição de máscaras, estão a ser aconselhados a usar lenços, tecidos tradicionais usados na cabeça das mulheres.
Neste cenário imposto pelo novo coronavírus, prosseguiu Roide Torres, a FAO vai centrar seu apoio na distribuição de sementes de hortícolas e cereais, para que a população tenha fonte de alimentos garantida para os próximos tempos.
Com o início da época fresca, a organização vai distribuir sementes de feijão para 55 mil famílias nas províncias de Manica, Sofala, Zambézia e Tete, além de reforçar os apoios, principalmente nas comunidades afetadas pelos ciclones Idai e Kenneth.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 307 mil mortos e infetou mais de 4,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,6 milhões de doentes foram considerados curados.
Em África, há 2.630 mortos confirmados, com mais de 78 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (969 casos e quatro mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (522 casos e seis mortos), Cabo Verde (326 casos e duas mortes), São Tomé e Príncipe (240 casos e sete mortos), Moçambique (129 casos) e Angola (48 infetados e dois mortos).