Café: América Central contabiliza perdas na produção após furacões devastadores | Land Portal
Honduras, em período de colheita, é o principal fornecedor de cafés certificados na ICE e segundo analista mercado deve responder às catástrofes a longo prazo; além do café outras culturas foram danificadas
 
A semana do mercado cafeeiro foi marcada pelos eventos climáticos que atingiram a América Central. Os preços na Bolsa de Nova York (ICE Future US) foram elevados devido às preocupações com a produção de Honduras, Guatemala e Nicarágua. Apesar das altas, empenhados em salvar vidas nas principais áreas atingidas, o mercado ainda não sabe os reais impactos para a produção de arábica, que inclusive está em plena fase de colheita.
 
"Nós ainda não temos informações do quanto a produção será afetada, mas fato é que teremos consequências. As condições são críticas para uma produção que já seria mais baixa este ano", comenta o analista de mercado Haroldo Bonfá, da Pharos Consultoria.
 
O analista destaca ainda que após a catástrofe meteorológica, as informações que chegam é que toda a região ainda está buscando encontrar abrigo e sobrevivência. "Neste momento o cuidado ainda é com as vidas e bem-estar da população, e acredito que por isso ainda não temos tantas informações", complementa o analista.
 
Somente a produção de Honduras corresponde a mais de 70% dos estoques certificados da ICE. A baixa esperada pós furacão chama atenção do analista, levando em consideração que o mercado já trabalhava com projeções de baixas para Honduras em 2020.
 
Antes mesmo das chuvas torrenciais, o produtor de Honduras já enfrentava problema econômico social, com parte da população fazendo movimentação migratória para outros países. "Eles enfrentam baixos preços, baixa produtividade, muito problema com ferrugem e tudo isso pode implicar em uma quebra na produção", comentou Haroldo em entrevista ao Notícias Agrícolas no início do mês de setembro. 

 

Além disso, o país hondurenho enfrenta severos problemas com incidência de ferrugem asiática, que tende a subir com o aumento da umidade na região. "O café quando molha precisa secar, agora se ele caiu e ficou na água, piora ainda mais as condições", comenta a analista.
 
Segundo o especialista, a resposta para o mercado, falando e preços e em estoques, deve vir a longo prazo. "Precisamos entender melhor o que aconteceu não só em Honduras, mas também nos outros polos produtores. Se tivermos uma queda muito expressiva nos preços, com certeza isso afetará os estoques", comenta.
 
Além da baixa na produção de café, os eventos climáticos trouxeram muitos problemas logísticos para toda a região e que também devem impactar o mercado em longo prazo. De acordo com informações publicadas do jornal local "La Prensa", na última quinta-feira (19), as chuvas de Eta - que atingiu Honduras há duas e Iota saturaram os solos e pelo menos 70% do país tem alto risco de deslizamentos.
 
A publicação também reforça que um dos setores mais afetados e que levanta preocupações sobre a segurança alimentar e as exportações é a agricultura. "Só com o Eta sabíamos que cerca de 250 mil hectares de lavouras como banana, cana-de-açúcar, hortaliças e grãos básicos foram afetados. Além disso, adicionamos frutas cítricas, cacau, café, entre outros", informou a matéria. 

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