Todas essas funções podem ser ameaçadas por atividades humanas, mudanças climáticas e desastres naturais.
O uso excessivo e impróprio de agroquímicos é um dos principais fatores. Outros exemplos incluem desmatamento, urbanização, intensificação agrícola, perda de matéria orgânica, impermeabilidade da superfície, acidificação do solo, poluição, salinização, incêndios florestais, erosão e deslizamentos de terra.
Soluções baseadas na natureza podem ter um papel significativo para mitigar a mudança climática.
Os microrganismos que vivem no solo desempenham um papel fundamental no sequestro de carbono e na redução das emissões de gases de efeito estufa. Parte das emissões podem ser absorvidas pelas plantas e armazenada no solo através de decomposição microbiana, o que permite a retenção do carbono por longos períodos de tempo.
Esta biodiversidade também apoia a saúde humana, direta e indiretamente, através da regulação de doenças e da produção de alimentos.
Diversas bactérias e fungos são usados na produção de molho de soja, queijo, vinho e outros alimentos e bebidas fermentados. A relação entre as raízes das plantas e a biodiversidade do solo permite que as plantas gerem produtos químicos, como antioxidantes, que as protegem de pragas e outras ameaças.
Quando as pessoas consomem essas plantas, elas se beneficiam desses antioxidantes, estimulando seu sistema imunológico e contribuindo para a regulação hormonal.
Esses microrganismos também podem ajudar a prevenir doenças inflamatórias crônicas, incluindo alergia, asma, doenças autoimunes, inflamatórias intestinais e depressão.
Além disso, desde o início dos anos 1900, muitos medicamentos e vacinas foram derivados de organismos do solo, como é o exemplo de antibióticos bem conhecidos como a penicilina.
Segundo a FAO, com o aumento de doenças causadas por microrganismos resistentes, este recurso tem um enorme potencial para fornecer novos medicamentos para combatê-los.
Projeto em Cuba, apoiado pela ONU, de recuperação de solos, Pnud
Futuro
De acordo com o relatório, a adoção de práticas sustentáveis pelos agricultores continua sendo baixa devido à falta de suporte técnico e incentivos.
A publicação também destaca a necessidade de promover tecnologias inovadoras, como novas técnicas moleculares que permitem uma melhor compreensão dos organismos do solo.
Neste Dia Mundial, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, também destacou a importância deste recurso para a vida humana.
Impacto
Em comunicado, o especialista em solo da agência, Abdelkader Bensada, disse que os humanos “dependem e continuaram a depender dos serviços ecossistêmicos fornecidos pelos solos.”
Segundo o Pnuma, a poluição do solo tem um impacto adverso na segurança alimentar de duas maneiras. Primeiro, reduzindo o rendimento das safras devido aos níveis tóxicos dos contaminantes. Segundo, porque as safras de solos poluídos não são seguras para consumo por animais e humanos.
A poluição também pode fazer com que a qualidade do solo diminua com o tempo. Atualmente, a degradação da terra e do solo está afetando pelo menos 3,2 bilhões de pessoas, cerca de 40% da população mundial.