Famílias de Montepuez recebem casas após oito anos de espera | Land Portal

Deixaram as suas terras para dar lugar à exploração de rubis em Montepuez, norte de Moçambique, em 2014. Esta quinta-feira (25.08), 105 famílias receberam finalmente novas casas na aldeia de reassentamento de Wikhupuri.

As famílias da comunidade de Intoro, distrito de Montepuez, na província de Cabo Delgado, receberam as suas casas na aldeia de reassentamento de Wikhupuri, posto administrativo de Namanhumbir. São pessoas que deixaram os primeiros locais de residência, há já oito anos, para dar lugar à exploração do rubi pela mineradora Montepuez Ruby Minning.

Na antiga zona, Inês Vítor, camponesa natural da aldeia de Ntoro, posto administrativo de Namanhumbir, em Montepuez, dedicava-se à confecção e comercialização de refeições no pequeno mercado local.

Com a descoberta de reservas de minérios de rubi, a camponesa e a sua família viram-se obrigadas a deixar a zona de origem para dar lugar à extração mineira pela companhia Montepuez Ruby Minning.

"Esse processo [de transferência da nossa aldeia] foi muito longo, iniciou-se em 2014 e durou até hoje, 2022. Em casa fazia machamba e também tinha uma barraca onde fazia refeições e vendia, à procura de qualquer coisa para sustento os nossos filhos", recorda.

Uma nova aldeia para as famílias

Após oito anos de espera, a família de dona Inês e mais outras 104 famílias receberam esta quinta-feira (25.08) novas casas na aldeia de reassentamento de Wikhupuri, em Namanhumbir, distrito de Montepuez. 

Construída pela mineradora, a nova aldeia de reassentamento contempla igualmente serviços de saúde, educação, esquadra e centro de formação profissional para a comunidade hospedeira.
"Aqui será possível continuar com minha atividade de produção porque a parte de machamba não tem problemas", diz Inês Vítor. "Mas para voltar a fazer refeições irei precisar de ajuda, aqui ainda não temos nada."

Falando durante a inauguração da aldeia de reassentamento de Wikhupuri, Raime Pachinuapa, diretor coorporativo da Montepuez Ruby Minning, disse que um dos aspectos que a firma teve como prioridade foi a criação de meios de sustento das famílias movimentadas. 

"Para além do mercado construído, criamos mais de 100 machambas numa área de mais de dois mil hectares para que as famílias mantivessem a sua base de sustento", destacou.

Garimpo ilegal provoca acidentes

Vários episódios de garimpo ilegal têm sido reportados na área concessionada a Montepuez Ruby Minning. Uma das consequências que a prática tem tido são os cíclicos acidentes de soterramento que resultam em luto nas famílias.

Também a mineração ilegal tem prejudicado o Estado por não contribuir para as finanças públicas.  O secretário de Estado na província de Cabo Delgado, António Supeia, quer contar com os reassentados no controlo e denúncia dos seus prevaricadores.

"A vila não deve albergar estrangeiros ilegais", sublinha. "Todas as medidas de vigilância devem ser tomadas para que o mercado negro de pedras não financie o terrorismo ou outras manifestações criminosas."

 

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